quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Abstinência à antidepressivo (Seu corpo é quem sabe quando parar)


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Já passei por uma experiência bastante difícil e aqui é "o lugar" para deixar registrado. Desde que fui diagnosticado como bipolar tomo três medicações diárias: Sertralina, Depakote e Topiromato. Depois de uns eventos de euforia, o profissional que me acompanha acreditou (não por má fé, claro) que seria interessante eu começar a "desmamar" a Sertralina. Ah, isso para mim era tudo o que eu queria. Uma medicação a menos. Daí fomos lentamente tomando meia dosagem até largar. No exato dia que deixei a última "pedrinha" de Sertralina, os sintomas mais absurdamente incômodos começaram a aparecer. 

Fui, na minha adolescência, usuário de alguns tipos de droga. Minha condição de hiperatividade me fazia buscar essa "medicação". Mas quando os sintomas da falta da Sertralina vieram, eu constatei que aquilo que eu estava sentindo era infinitamente mais forte e mais impactante que o sentimento de qualquer droga.

No início pensei que estava com uma virose. Aguardei um dia para ir ao médico, mas no outro dia vi sintomas tão inéditos, que pensei que estivesse morrendo mesmo. Meu espírito parecia que ia sair pela boca, ou pelo peito. O coração palpitava e galopava, enquanto as mãos suavam sem motivo aparente. Paracia que eu sentia um medo absurdo de tudo. Pânico! Comecei a ter uma sensibilidade ainda maior em minha pele. Em toda parte do corpo eu sentia uma vibração como se estivesse levando pequenos choques. Isso me impedia de andar direito. Andava cambaleando e me via sem forças e vontade de tomar banho, comer, vestir. Chorava de repente, de repente mesmo. A angústia era tão forte que saía fora do peito, vinha na garganta e o choro explodia... do nada! Tinha medo de estar no trabalho e de repente eu começar a chorar como se eu tivesse acabado de perder um ente querido. 

Em todas as noites eu acordava sufocado. Tomava susto, pois na verdade nem sempre estava respirando e daí estourava um choro rasgado na noite. Era um choro daqueles que se sente sozinho no silêncio da noite. Choro comprido e sofrido. Choro que poucos entendem.

Voltei ao médico depois de uma semana sentindo os sintomas. A afirmação era clara de que meu corpo ainda não consegue ficar sem a Sertralina, sem a droga. Entendi que meu psicológico, inteligentemente, enviou mensagm para que eu sentisse as reações e voltasse a tomar logo. 

Um dia depois voltei a tomar a Sertralina. Melhorou no mesmo dia. Todos os sintomas sumiram. Porém, uma absurda dor na lombar apareceu e me impede de ficar em pé. Procurei uma massagista. A primeira coisa que ela me perguntou foi se eu havia passado por algum grande stress na semana anterior, pois stress acarreta essas dores.

Ainda prefiro a dor na lombar.

sábado, 23 de fevereiro de 2013

Lembranças remotas



Outro dia li um texto de Freud, chamado Recordar, repetir e elaborar. Nele vi a importância de trazermos nossas lembranças remotas que durante tempos deixamos escondidas em nosso subconsciente.

Observei durante anos certos comportamentos, mas para quem está imerso num mundo de ignorância completa, aquelas sensações podem ser interpretadas como absolutamente normais. Ou serem interpretadas de diversas outras formas.  Não se enxerga o que não se conhece, imagino eu.

Quando fui a primeira vez a um psiquiatra e ele perguntou: - Em que idade você teve seus primeiros sintomas de bipolaridade? Tive vontade de rir da cara dele. Com a psicóloga foi a mesma coisa. Pensei e respondi. - Sei lá quando foi. Aliás, nem sei se tive isso alguma vez. Como fui tolo.

Com a terapia trazendo a nível consciente, comecei a lembrar de diversas situações. Em algumas delas, estava tão bem com minha família, pai, mãe, irmão, mas de repente me dava um vazio enorme, sentia uma saudade de alguém que eu não sabia quem era e olhava por minutos seguidos pela paisagem da janela. Via os prédios e o céu com suas nuvens a se movimentarem.

Daí eu escrevia loucamente. Adorava poesia e acreditava que aquele meu estado era típico de um jovem pré adolescente que desejava expor seus sentimentos via arte. A fonte de letras com o tempo foi secando e eu não entendia o porquê. Hoje eu entendo.

Demorei muito tempo para descobrir que estava doente. Descobri, inclusive, que estou doente há muito tempo. Meus sintomas começaram a aparecer quando eu tinha cerca de 13, 14 anos. Minha convicção é que todo pai deve levar os filhos à terapia logo cedo, desde 8, 9 anos. Muita coisa pode ser detectada e resolvida a tempo. Muita vida pode ser mudada. Muito potencial pode não ser desperdiçado.


quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O que já fui



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"Onde queres o ato, eu sou o espírito
E onde queres ternura, eu sou tesão"

 (Caetano Veloso)


O que já fui fui muitos
em muitos eu fui
e quis ser tantos outros
e tantos outros deixei de ser

médico, artista, policial, pintor
atleta, louco, infiel comandante
poeta temporão, maluco atemporal
psicólogo de mim mesmo, falante entusiástico

Fui eu e fui vários em vários momentos eu fui
falante dançarino robot artisticamente feliz
comerciante deslumbradamente falido
músico enganador cheio de swing

a salvação dos céus, jazida de ouro do cosmos
invariavelmente cercado de soluções a distribuir
crítico, sábio, mentiroso, pedra morta
fui a vitrine da extrema sinestesia e da apatia

fui outros, fui você, quando você talvez nem sabia.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Filme Mr. Jones


O filme Mr. Jones, estrelado pelo ator bonitão (sempre competente) Richard Gere, retrata a vida do personagem que dá nome ao filme. Jones, a princípio, parece ser mais um homem extrovertido, mas é portador do que comumente chamou-se de Psicose Maníaco Depressiva, termo que ficou deveras pejorativo, associando-se a psicopatias, mas que nada mais é que estados de euforia demasiada versus profunda depressão.  Em momentos de alegria, energia e empolgação extrema, dá-se a impressão que para ele a vida deve ser vivida em grande estilo. Em uma virada, ao longo do filme, Mr. Jones cai em profunda depressão, largando-se no seu próprio submundo e chegando a ser internado em uma clínica psiquiátrica.

Já na primeira cena do filme podemos ver que seu comportamento é peculiar e se distoa do restante do seu grupo de trabalho. Jones trabalhava como operário em uma construção de uma casa e se "enxerga" com possibilidades reais de voo sobre o telhado. Não tendo a mínima noção do perigo que o rondava naquela altura toda, põe sua vida em risco, até que um seu colega o segura, salvando-o do pior. Para ele, aquela aventura era real e possível.

Outros acontecimentos típicos de um portador da bipolaridade (clique aqui e veja os sintomas) é observado durante o filme, dentre eles, entrar em uma loja de instrumentos musicais e comprar o piano mais caro, acreditando poder vir a se tornar um grande pianista, ou o maestro da orquestra.

Bom, para quem deseja ver o filme, portador ou não de bipolaridade, recomendo muitíssimo. O fime é ótimo e retrata claramente como funciona.

Grande abraço a todos e fiquem em paz!

Clique aqui para fazer o download do filme Mr. Jones

Segue abaixo vídeo com o trailer para prévia:


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Bipolares famosos!

Esta é a lista de bipolares famosos que muitos, que assim como eu, que tanto vasculham pela net sobre o assunto, já devem ter se deparado. A lista, inclusive, não muda nadinha de um site para o outro. Sendo assim, nem me dou ao trabalho de citar tantos links a que me deparei. TODOS IGUAIS.

Algumas coisas me intrigaram, claro. A começar: não estou sozinho de forma alguma, essa doença não é particularidade de uma pessoa ora encostada, ora completamente mil por ora, sim-ples-men-te. Existem pessoas inteligentíssimas e que fizeram história, ora bolas. Bom, ainda estou acreditando nesta lista e enchendo o coração de otimismo...

Observo ainda, com entusiasmo, que de muitos deles, sou admirador há anos por pura empatia. Penso até que lá no fundo talvez estivesse conseguindo interpretar o sentimento deles.

Em alguns casos, causa-me estranheza. Como pode a medicina afirmar que Mozart, Van Gohg ou Balzac foram bipolares? Não que eu duvide da possibilidade, mas existe registro disso? Como faria para se constatar?

Hoje, alguns artistas já declararam abertamente terem o distúrbio. Isso facilita bastante. É dado oficial. Rita Lee, por exemplo. Lembro-me dela em um programa de TV, acho que Fantástico, afirmando a sua bipolaridade. Ela tem cacife e peito para tal, em rede nacional.

E quantos homens, mulheres, idosos e crianças anônimos pelo país e pelo mundo? Segundo se sabe, no Brasil, cerca de 1,8 a 15 milhões de brasileiros sofrem algum tipo de distúrbio bipolar tipo I ou II.

Se você se encontra neste momento deprimido, ou tem em sua casa algum portador de Transtorno Bipolar, não fique apavorado, nem tampouco desanimado com o futuro dele. Os portadores da doença são, geralmente, inteligentíssimos, ativos, e criativos. Basta estarem medicados e estabilizados.

Essa é a opinião de quem é bipolar dia a dia.

Abraços!


1.Abraham Lincoln, Presidente dos Estados Unidos
2.Agatha Christie, escritora de mistério
3.Amy Lee (cantora dos evanescence), compositora e pianista
4.Axl Rose ( vocalista do Guns n' Roses), compositor e pianista
5.Brian Wilson, músico (Beach Boys), compositor
6.Britney Spears , cantora
7.Buzz Aldrin, astronauta
8.Cary Grant, ator
9.Carrie Fisher, escritora, atriz
10.Cássia Kiss, atriz
11.Catherine Zeta- Jones, atriz
12.Cazuza, compositor, cantor
13.Celina Borges , cantora (musicas católica)
14.Charles Chaplin ator, diretor, roteirista (cinema)
15.Charles Dickens, escritor
16.Dimitri Mihalas, cientista
17.Edgar Allan Poe, autor
18.Elvis Presley ,cantor, compositor
19.Elizabeth Taylor atris,cinema
20.Emile Zola, escritor
21.Ernest Hemingway, escritor
22.F. Scott Fitzgerald, escritor
23.Fernado Pessoa , poeta , escritor
24.Francis Ford Coppola, diretor
25.Georgia O'Keeffe, artista 
26.Gia Marie Garangi, supermodel GIA
27.Graham Greene, escritor
28.Gordon Summer (Sting), músico, compositor
29.Hans Christian Andersen, escritor
30.Honore de Balzac, escritor
31.Isaac Newton, cientista
32.Janis Joplin , cantora
33.Jean-Claude Van Damme, atleta (artes marciais), ator
34.Jim Carrey, ator
35.Jimi Hendrix, cantor, guitarrista e componsitor
36.Kay Redfield Jamison, psicóloga, escritora 
37.Kurt Cobain ( ex- vocalista do Nivarna) 
38.Larry Flynt, editor de revistas
39.Leon Tolstoy, escritor 
40.Linda Carroll Hamilton, atriz americana
41.Liz Taylor, atriz
42.Marilyn Monroe, atriz
43.Mark Twain, autor
44.Mel Gibson, ator
45.Michelangelo, artista
46.Napoleão Bonaparte, general
47.Peter Tchaikovsky, compositor
48.Phil Graham, dono do jornal Washington Post 
49.Platão, filósofo, de acordo com Aristóteles 
50.Rita Lee, cantora
51.Robert Boorstin, escritor, assistente especial do Pres. Clinton, Depto. de Estado EUA 
52.Robin Williams , ator (cinema) 
53.Sigmund Freud, médico
54.Stephen Fry, ator, comediante e escritor. Além de ser portador do trantorno,Stephen gravou um documentário sobre a vida do maniaco depressivo que foi ao ar na BBC.
55.Tennessee Williams, escritor
56.Ulisses Guimarães , político
57.Victor Hugo, poeta
58.Vincent van Gogh, pintor
59.Virginia Woolf, escritora
60.Vivien Leigh, atriz ( E o vento levou)
61.Winston Churchill, Primeiro Ministro Britânico
62.Wolfgang Amadeus Mozart, compositor

CID - 10



Essa poderia ter sido a minha nota. Nota 10. Mas não foi. Outro dia fui a uma psicóloga fazer uma avaliação e ela me perguntou: - Você sabe qual o CID do Transtorno Bipolar? E eu respondi: Ahhh... Não. No momento da pergunta pensei em dizer tanta coisa.... tanta coisa passou pela minha cabeça. zilhões de coisas. O certo é que a que mais marcou foi: - Por que eu nunca tive essa curiosidade? Sei á, talvez porque não vá me servir para nada, a não ser poder impressionar uma outra psicóloga desavisada daqui uns 35 anos...

Resolvi pesquisar o tal CID e descobri que é o 10!! Nota 10, garoto. Que menino esperto!! PARABÉNS!!

De qualquer forma, para quem não sabe, segue o CID e suas decomposições (termo "criado" por mim. Não sei se isso existe). Pode-se, talvez, dizer que em um dado dia, eu estive CID 10 - F31.0 Transtorno afetivo bipolar, episódio atual hipomaníaco? Sei lá.



F31 - Transtorno afetivo bipolar
Resultado(s) encontrado(s): 11

CID 10 - F31 Transtorno afetivo bipolar
CID 10 - F31.0 Transtorno afetivo bipolar, episódio atual hipomaníaco
CID 10 - F31.1 Transtorno afetivo bipolar, episódio atual maníaco sem sintomas psicóticos
CID 10 - F31.2 Transtorno afetivo bipolar, episódio atual maníaco com sintomas psicóticos
CID 10 - F31.3 Transtorno afetivo bipolar, episódio atual depressivo leve ou moderado
CID 10 - F31.4 Transtorno afetivo bipolar, episódio atual depressivo grave sem sintomas psicóticos
CID 10 - F31.5 Transtorno afetivo bipolar, episódio atual depressivo grave com sintomas psicóticos
CID 10 - F31.6 Transtorno afetivo bipolar, episódio atual misto
CID 10 - F31.7 Transtorno afetivo bipolar, atualmente em remissão
CID 10 - F31.8 Outros transtornos afetivos bipolares
CID 10 - F31.9 Transtorno afetivo bipolar não especificado


O que é Transtorno Bipolar

Neste post inicial deixo a palavra para quem realmente entende do assunto. A fonte, devidamente citada no final da matéria mostra a credibilidade dos dados científicos. Não sou médico nem psicólógo. Sou apenas o portador da doença e quem realmente sente os efeitos desta.

Outros posts científicos serão colocados aqui no blog, com as devidas citações.

Boa leitura e abraço a todos!


http://www.psicosite.com.br/tra/hum/bipolar.jpg

 

O que é Transtorno bipolar?

Sinônimos: Depressão maníaca, transtorno afetivo bipolar
O transtorno bipolar é um problema em que as pessoas alternam entre períodos de muito bom humor ou irritação e depressão. As "oscilações de humor" entre a mania e a depressão podem ser muito rápidas.

Causas

O transtorno bipolar afeta homens e mulheres igualmente. Ele geralmente tem início entre os 15 e 25 anos. A causa exata do transtorno bipolar ainda é desconhecida, mas ocorre com mais frequência em familiares de pessoas com transtorno bipolar.
Tipos de transtorno bipolar:
  • As pessoas com transtorno bipolar do tipo I apresentam pelo menos um episódio maníaco e períodos de depressão profunda. Antigamente, o transtorno bipolar do tipo I era chamado de depressão maníaca.
  • As pessoas com transtorno bipolar do tipo II nunca apresentaram episódios maníacos completos. Em vez disso, elas apresentam períodos de níveis elevados de energia e impulsividade que não são tão intensos como os da mania (chamado de hipomania). Esses episódios se alternam com episódios de depressão.
  • Uma forma leve de transtorno bipolar chamada ciclotimia envolve oscilações de humor menos graves. Pessoas com essa forma alternam entre hipomania e depressão leve. As pessoas com transtorno bipolar do tipo II ou ciclotimia podem ser diagnosticadas incorretamente como tendo apenas depressão.
Para a maioria das pessoas com transtorno bipolar, não existe uma causa evidente para os episódios maníacos ou depressivos. A seguir estão os possíveis desencadeadores de um episódio de mania em pessoas com transtorno bipolar:
  • Mudanças na vida, como o nascimento de um bebê
  • Medicamentos, como antidepressivos ou esteroides
  • Períodos de insônia
  • Uso de drogas recreativas

Exames

Vários fatores estão envolvidos no diagnóstico do transtorno bipolar. O médico pode usar todas ou algumas das opções abaixo:
  • Perguntar sobre seu histórico médico familiar, se alguém na família tem ou já teve transtorno bipolar
  • Perguntar sobre suas oscilações de humor recentes e há quanto tempo você apresenta esse tipo de alteração
  • Realizar um exame completo para identificar doenças que podem estar causando os sintomas
  • Solicitar exames laboratoriais para verificar a ocorrência de problemas na tireoide ou níveis toxicológicos
  • Conversar com os familiares sobre o seu comportamento
  • Fazer um histórico médico, incluindo todos os seus problemas médicos e os medicamentos usados
  • Observar seu comportamento e humor
Observação: o uso de drogas pode causar alguns dos sintomas. Entretanto, isso não descarta o transtorno bipolar. O próprio abuso de drogas pode ser um sintoma do transtorno bipolar.

Sintomas de Transtorno bipolar

A fase maníaca pode durar dias ou meses. Alguns possíveis sintomas são:

  • Distrai-se facilmente
  • Redução da necessidade de sono
  • Capacidade de discernimento diminuída
  • Pouco controle do temperamento
  • Compulsão alimentar, beber demais e/ou uso excessivo de drogas
  • Capacidade de discernimento diminuída
  • Sexo com muitos parceiros (promiscuidade)
  • Gastos excessivos
  • Atividade em excesso (hiperatividade)
  • Aumento de energia
  • Pensamentos acelerados que se atropelam
  • Fala em excesso
  • Autoestima muito alta (ilusão sobre si mesmo ou habilidades)
  • Grande envolvimento em atividades
  • Grande incomodação (agitação ou irritação)
Esses sintomas da mania ocorrem com o transtorno bipolar I. Nas pessoas com transtorno bipolar II, os sintomas da mania são similares, mas menos intensos.
A fase depressiva nos dois tipos de transtorno bipolar apresenta os seguintes sintomas:
  • Desânimo diário ou tristeza
  • Dificuldade de se concentrar, de lembrar ou de tomar decisões
  • Perda de peso e perda de apetite
  • Comer excessivamente e ganho de peso
  • Fadiga ou falta de energia
  • Sentir-se inútil, sem esperança ou culpado
  • Perda de interesse nas atividades que antes eram prazerosas
  • Baixa autoestima
  • Pensamentos sobre morte e suicídio
  • Problemas para dormir ou excesso de sono
  • Afastamento dos amigos ou das atividades que antes eram prazerosas
O risco de tentativas de suicídio em pessoas com transtorno bipolar é grande. Os pacientes podem abusar do álcool ou de outras substâncias, piorando os sintomas e o risco de suicídio.
Em alguns casos, as duas fases se sobrepõem. Os sintomas maníacos e depressivos podem ocorrer juntos ou rapidamente um após o outro. Isso recebe o nome de estado misto.

Buscando ajuda médica

Ligue imediatamente para seu médico ou um serviço de emergência se:
  • Você estiver tendo pensamentos de morte ou suicídio
  • Você apresentar sintomas graves de depressão ou mania
  • Você tiver sido diagnosticado com transtorno bipolar e seus sintomas tiverem voltado ou você apresentar novos sintomas

Tratamento de Transtorno bipolar

Os períodos de depressão e mania voltam a ocorrer na maioria dos pacientes, mesmo sob tratamento. Os principais objetivos do tratamento para transtorno bipolar são:
  • Evitar a alternância entre as fases
  • Evitar a necessidade de hospitalização
  • Ajudar o paciente a agir da melhor maneira possível entre os episódios
  • Impedir comportamento autodestrutivo e suicídio
  • Reduzir a gravidade e a frequência dos episódios
O médico primeiramente tenta descobrir quais são os possíveis desencadeadores do episódio de alteração de humor. Ele também pode investigar os problemas médicos ou emocionais que podem afetar o tratamento.
Os seguintes medicamentos, conhecidos como estabilizadores de humor, são geralmente usados primeiro para tratar o transtorno bipolar:
  • Carbamazepina
  • Lamotrigina
  • Lítio
  • Valproato (ácido valproico)
Outros medicamentos anticonvulsivos também podem ser receitados.
Entre outros medicamentos usados para tratar o transtorno bipolar estão:
  • Medicamentos antipsicóticos e antiansiedade (benzodiazepinas) para problemas de humor
  • Remédios antidepressivos podem ser administrados para tratar a depressão. As pessoas com transtorno bipolar têm mais chance de apresentar episódios maníacos ou hipomaníacos se tomarem antidepressivos. Por essa razão, os antidepressivos só são receitados para as pessoas que também estão tomando um estabilizador de humor.
A terapia eletroconvulsiva (TEC) pode ser usada para tratar a fase maníaca ou depressiva de um transtorno bipolar caso não haja resposta aos medicamentos. A TEC usa uma corrente elétrica para causar uma breve convulsão enquanto o paciente está anestesiado. A TEC é o tratamento mais eficaz no caso das depressões que não são amenizadas com medicamentos.
A estimulação magnética transcraniana (EMT) utiliza pulsos magnéticos de alta frequência direcionados para as áreas afetadas do cérebro. É mais usada geralmente depois da TEC.
O paciente que está no meio de um episódio maníaco ou depressivo pode precisar ser hospitalizado até que seu humor seja estabilizado e seus comportamentos estejam sob controle.
Os médicos ainda estão tentando descobrir a melhor forma de tratar o transtorno bipolar nas crianças e nos adolescentes. Os pais devem levar em consideração os possíveis riscos e benefícios do tratamento para seus filhos.

Programas e terapias de apoio

Os tratamentos familiares que combinam apoio e educação sobre o transtorno bipolar (psicoeducação) podem ajudar as famílias a lidar com a situação e reduzir as chances de os sintomas retornarem. Os programas que oferecem serviços de apoio social para pessoas necessitadas podem ajudar aqueles que não recebem apoio da família ou de conhecidos.
Habilidades importantes:
  • Lidar com os sintomas que se manifestam mesmo com o uso de medicamentos
  • Aprender a ter um estilo de vida saudável com sono suficiente e a manter distância das drogas recreativas
  • Aprender a tomar os medicamentos corretamente e a lidar com os efeitos colaterais
  • Aprender a reconhecer o retorno dos sintomas e saber como reagir quando eles ocorrem
  • Os familiares e cuidadores são muito importantes no tratamento do transtorno bipolar. Eles podem ajudar os pacientes a buscar serviços de apoio adequados e garantir que o paciente tome os medicamentos corretamente.
Dormir uma quantidade suficiente de horas é muito importante no transtorno bipolar. A falta de sono pode desencadear um episódio de mania. A terapia pode ser útil durante a fase depressiva. Participar de um grupo de apoio pode ajudar os pacientes com transtorno bipolar e seus familiares e amigos.
  • Um paciente com transtorno bipolar nem sempre consegue descrever o estado da doença para o médico. Os pacientes geralmente têm dificuldade para reconhecer seus próprios sintomas maníacos.
  • As variações de humor no transtorno bipolar são imprevisíveis. Algumas vezes, é difícil saber se o paciente está respondendo ao tratamento ou saindo naturalmente de uma fase bipolar.
  • Tratamentos para crianças e idosos ainda não foram estudados em detalhe.

Expectativas

Os medicamentos estabilizadores de humor podem ajudar a controlar os sintomas do transtorno bipolar. Entretanto, os pacientes geralmente precisam de ajuda e apoio para tomar os medicamentos corretamente e garantir que os episódios de mania e depressão sejam tratados o mais rápido possível.
Algumas pessoas param de tomar o medicamento assim que se sentem melhores ou porque a mania traz uma sensação boa. Parar de tomar o medicamento pode causar problemas sérios.
O suicídio é um risco real durante a mania e a depressão. Pessoas com transtorno bipolar que pensam ou falam sobre suicídio precisam de atendimento médico de emergência.

Complicações possíveis

Interromper ou tomar incorretamente o medicamento pode fazer os sintomas do transtorno bipolar voltarem e causar as seguintes complicações:
  • Abuso de álcool e/ou drogas
  • Problemas financeiros, nas relações pessoais e profissionais
  • Pensamentos e comportamentos suicidas
O transtorno bipolar é uma doença difícil de tratar. Os pacientes, seus amigos e familiares devem estar cientes dos riscos de não tratar o transtorno bipolar. 




Descobertas, agradecimentos e reconhecimentos

BIPOLAR
:D:





Este blog é dedicado àqueles que, assim como eu, já sofreram e ainda sofrem com essa doença que por muitas vezes amaldiçoei. Hoje, posso dizer, com o coração que ainda bate descompassado, que consigo levar a ideia de ser bipolar com um pouco mais de naturalidade. 

A descoberta da doença me assustou como ainda me assusta olhar para meus medicamentos e imaginar que terei que conviver com eles, provavelmente, para o resto da minha vida. 

Também não posso deixar de dedicar e dar boas vindas àqueles que não são bipolares, mas amam, acreditam e estão ao lado de um. Sabem que bipolares não são mau caráter, mesmo que por várias vezes parecerem ser. A vocês, eu só posso tirar meu chapéu. Só quem vive ao lado de um bipolar sabe o que realmente é preciso para tentar feliz com a pessoa: é preciso AMOR.

Vou deixar bem claro também que o blog não ficará enchendo o saco com o mesmo assunto, senão esgota. Eu não aguento essa doença, imagine escrever sobre ela. Também não garanto responder quem quer que seja, caso venham fazer qualquer tipo de comentário nos posts. Não haverá, assim, moderação de minha parte para futuros comentários de leitores.

É isso! Abraço a todos e grande abraço!!