quinta-feira, 13 de março de 2014

Um som para você: "Você não está só"

You Are Not Alone / Você não está só



 
 
 
 
Desde muito jovem tenho o hábito de olhar para o céu, para as estrelas e sempre, mas sempre perguntas vieram à minha cabeça. Uma delas é sobre o universo e onde iremos parar algum dia. Será que estou ficando louco? Será que sou louco? Eu pensava já com uns 13, 14 anos.
Depois de um bom tempo, muitas tristezas, alegrias, mágoas, arrependimentos, tropeços normais de qualquer indivíduo, comecei a perceber que pedaços nossos vão ficando pelo caminho. Um dente no dentista, uma raiva de alguém, um remorso, um presente de uma pessoa querida, aquela presença tão estimada, alegrias momentâneas, erros que cometemos. Tudo vai ficando pra trás. Vamos, querendo ou não, deixando pedaços pelo caminho. Tenho a impressão que meus pedaços também vão caindo, se desprendendo de mim.
Ora, é bem mais fácil pensar assim, não é mesmo? Para mim, ao menos sempre foi. Sempre foi até mais fácil. Daqui desse mundão não levamos nada, muito menos a carcaça, dinheiro, posses. Mas isso me fez ser criticado, pois já me julgaram frio, insensível, egoísta. Tudo bem, passa-se por isso, besteira.
Daí você pode estar agora perguntando por que eu coloquei o Michael Jackson e a música (bela, não?) You Are Not Alone. E eu respondo. Quem não se sentiu sozinho no seu próprio mundo? Eu olhava o céus, as estrelas, o universo e sabia que isso tudo era a minha casa, porém me sentia sozinho por diversas vezes.
E você, caro amigo, amiga, se estiver descobrindo seu transtorno, seja ele qual for, TAB, TOC, etc, ou qualquer coisa que o faça sentir sozinho, separações, despedidas, desencontros, inimizades, incompreensões, saiba que você não está sozinho.
Eu sei que o universo é demais! Mas saiba que do seu lado pode ter alguém para abrir seu sorriso novamente. Eu mesmo posso estar aqui pra isso.
Conte comigo!  

terça-feira, 11 de março de 2014

Quarto escuro

De uma reflexão feita junto à terapeuta a uma resposta a uma anônima leitora.




Quando eu era adolescente diversas sensações eu sentia. Diversas sensações viam-me à mente, pela cabeça. Era estranho, porém, como eu não dividia aquilo com ninguém, imaginava ser comum a todos.

Hoje quando perguntam se foi bom descobrir sobre minha doença, eu acabo refletindo que foi uma das melhores coisas que já aconteceram na minha vida. Descobri-la, de certa forma, foi uma oportunidade de me descobrir também. Ora, ela faz parte de mim, inegavelmente. Então, sigamos juntos.

Antes de descobrir que portava o Transtorno Bipolar, digo que a sensação é como se estivesse andando em um quarto escuro cheio de móveis. Um dia eu batia a cara, noutro dia o joelho, noutro o dedo mindinho do pé, entende? Dificilmente eu conseguiria a andar sozinho. Quando descobri a doença, uma luz iluminou o quarto e pude ver meus obstáculos. Daí pude andar com cautela.

Meus obstáculos vivos muitas vezes eram meus pais, amigos, parentes. Minhas relações interpessoais eram péssimas. Na verdade, eu não me conhecia, não me amava e me cobrava demais por isso. Eu era cego para enxergar a um palmo de distância e também, claro, não enxergava o homem naturalmente imperfeito que eu era. Com isso, me cobrava demais. O detalhismo era absurdo. Nossa! quando me lembro vejo o quanto eu me massacrei porque eu realmente não tinha uma luz para me guiar.
 
Talvez você possa estar se questionando o que isso tudo tem a ver com a bipolaridade. A questão é que quando eu abusei de todas as possibilidades morais e éticas que meu ser poderia aceitar, e daí resolvi procurar ajuda médica e psicoterapeuta, consegui, sobretudo na terapia, a enxergar dentro do meu quarto com um pouco mais de luz.
 


segunda-feira, 3 de março de 2014

Som da semana: KORA JAZZ BAND - Oye Como Va

Ah, eu sei que gosto não se discute, porém a partir de hoje compartilharei semanalmente algum show, texto, música ou manifestação artística.
 
Desde o último post, Tomando posse de si, em que menciono o lado físico, espiritual, emocional e intelectual, resolvi, assim, compô-los com tópicos direcionados com manifestações diversas. Óbvio que são manifestações do meu gosto, porém, espero de coração que gostem.
 
O trio que coloquei a seguir ouvi pela primeira vez pelas mãos de um amigo e desprentenciosamente peguei um dos seus cd's e logo na primeira música vi que seria uma das coisas mais belas que já havia ouvido na vida.


Kora Jazz Trio foi um grupo musical Africano de três peças, fundada em 2002 por Moussa Diawara Djeli, Guiné Korafola, com Abdoulaye Diabate e Moussa Sissokho, mais conhecida por produzir uma música que é uma mistura de jazz americano com música tradicional Africano.

Descrito como "o encontro entre a tradição musical mandinga ea liberdade do jazz, entre percussão do Oeste Africano e swing afro-americano", que tenham sido reconhecidos por seu foco no compartilhamento de sua herança cultural, sem fazê-lo por causa da corrente principal sucesso ou num esforço para criar uma circulação.
 
Depois de três álbuns, Moussa Diawara Djeli deixou a banda para se concentrar em projetos pessoais e foi substituído pelo falecido Soriba Kouyate. A Kora Jazz Trio foi substituído pelo Kora Jazz Band em 2010, e o lançamento do álbum "Kora Jazz Band & Convidados".
 

Djeli Moussa Diawara - Vocals, guitar, kora
Abdoulaye Diabaté - Piano
Moussa Sissokho - Percussão
 


http://en.wikipedia.org/wiki/Kora_Jazz_Trio