quinta-feira, 14 de março de 2013

A descoberta

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh6aHrrK5XTllUJ3hDzezRmQIpJ02_MuBo-f9vN1htgMSyIIGVkH8EuGvlbj5LxGEOtS_oVkLoSrAhq4yZu7REppC54A7nBJjITq7jHlrBY360fhq1nlwIXVZ7Ih_FwhnevPk27E7KzIdw/s400/luz+no+ceu+007.jpg 
 
Minha descoberta sobre a bipolaridade não foi de forma agradável. Imagino que para a grande maioria que tem a doença também deve ter sido bem parecido, ou pior, mais traumático que a minha. Não estava no meu estado normal e sabia que aquilo já havia acontecido antes em outros momento da minha vida.

Havia decidido mudar minha vida em 180° e para tanto larguei tudo para trás. Casa, emprego, cidade, mulher, estilo de vida. Tudo o que eu não via mais sentido, deixei para trás. Algo me incomodava, precisava sair correndo. Sentia que estava fugindo, e não era a primeira vez. Em tantas outras vezes fugi de mim mesmo dentro de mim.

De supetão, fui! e acreditava que tinha um propósito divino por trás disso tudo (se tem mesmo, hj não sei).

Preparava-me para uma grande mudança da minha vida, Queria mudar de cidade, de emprego, de amizades, de estilo de vida (talvez de vida). Para tanto, tudo foi calculadamente planejado. Quando começaria e quando teria que terminar.

De um estado perto ao de um atleta, que corria quilômetros às 6h, tendo dormido apenas 6 horas por noite; crenças de que o mundo era possível dentro dos meus desejos e possibilidades mais impossíveis; que minhas capacidades eram muito, mas muito maiores do que realmente poderiam ser; de que não haviam riscos em meu caminho, e não eram contabilizados, desde portas de carro que bati com força excessiva, portas de quarto que esmurrei, braço da namorada que agarrei com mais força, a voz que saía alta demais, tristeza sem motivos, melancolia, desejo de morte, apatia, descenço...

Minha própria namorada, hoje minha esposa, me deu o alerta: - Você tem algum problema! Isso não é normal!

Procurei um médico, algum tempo depois ajuda com terapeuta e daí o que estava atrás da cortina foi finalmente esclarecido. Sempre soube de certas "anormalidades", mas nunca consegui identificar o porquê de existir. Muitos ao meu redor me criticavam, me rotulavam desde sempre disso e daquilo, mas na verdade havia (e ainda há) uma ignorâcia gigantesca das pessoas com relação à doenças mentais. Ainda hoje, dizer que se é bipolar, dislexo, ou qualquer coisa, causa diversos tipos de reação. No meu caso, especialmente, eram as críticas e consequentemente a falência das relações que eu mantinha com as pessoas. Pai, mãe, irmão, amigos, parentes e namoradas... todos sem excessão tiveram algum aborrecimento comigo de alguma natureza. 

Hoje, aceitar que tenho a doença e tantas limitações relacionadas, me faz saber até onde posso ir. Essa é uma dica que deixo, se é que posso deixar dica para alguém: PROCURE UM PSIQUIATRA e um PSICÓLOGO. Eu tenho a sorte de ter uma mulher que me ama e me ajuda até hoje. Em outras ocasiões, foi bem diferente.

Abraço a todos!!



2 comentários:

  1. Pois é... Se aceitar como bipolar é algo bastante complicado... Fazer com que os outros (principalmente seus familiares) aceitem essa condição... nossa! Pior ainda! Psiquiatra, remédios e psicólogo ajudam. Mas a força que vc tem q encontrar em si mesmo é o mais complicado! Principalmente quando se dá conta de que, em determinado ou algum momento da vida, já acreditou que nada mais era possível.

    ResponderExcluir
  2. Quando se vê diante da situação pela primeira vez e pensa: Minha forma de agir não é comum ou normal a todos os outros? Não. Eu ajo assim ou assado porque sou bipolar. Essa, na minha opinião é a 1ª parte difícil, pois é preciso aceitar a doença.

    A 2ª parte difícil é saber que terá qeu encarar uma medicação pesada durante a vida toda. É uma mudança um tanto quanto difícil.

    Grande abraço e obrigado por interagir no site!!

    ResponderExcluir