Como descrito anteriormente na postagem Medicação, deixei o "Dr. Menino" (assim eu o chamava, pois era um médico jovem) e a partir desse momento fiquei solto no mundo. Não sabia exatamente se eu iria acreditar naquele certeiro diagnóstico de Transtorno Afetivo Bipolar ou não. A verdade é que meu subconsciente não queria a aceitar a doença e cá entre nós, era muito cedo para tal.
"Perambulei" sem médico por alguns meses até me ver em uma situação de necessidade de contatar outro médico. O Dr. Parreira (nome fictício) calmamente no seu estilo de ser me diagnosticou como portador apenas de distimia, doença bem parecida com a Depressão, porém crônica e de moderada intensidade, me receitando Cloridrato de Bupropiona. Segundo o site Psicosite, a bupropiona é um antidepressivo com ação farmacológica primária de inibição da recaptação das monoaminas como a dopamina e a adrenalina serve para as principais indicações no tratamento da depressão e da dependência a nicotina.
Cloridrato de Bupropiona |
Ah, que maravilha, pensei eu naquela ocasião. Não tenho Transtorno Bipolar! Acho que posso confiar nesse médico. Parece que ele acertou no diagnóstico e eu irei caminhar tranquilamente.
Melhor que tudo isso era saber que sendo "apenas"distímico, um dia eu poderia largar aquela medicação, pois, segundo o médico, a Bupropiona iria regular meu humor e dentro de uns 6 anos provavelmente eu iría largar a Bupropiona. Isso era tudo o que eu queria ouvir.
O portador de uma doença como o Transtorno Bipolar, diabetes ou alcolismo sente grande dificuldade de assumi-la, principalmente por ter que mudar algumas rotinas e assumir outras bem difíceis. Agora, se formos observar, essas mudanças geralmente trazem aspectos e hábitos positivos e saudáveis para o indivíduo, como largar o álcool e a preocupação com uma alimentação equilibrada e saudável.
Enfim, meu conto de fadas naquele momento acabou quando caí em uma crise. Encontrava-me abatido, triste, sem forças e motivação para mais nada. Não era simplesmente querer ou não fazer, era falta de condição física e mental. Não havia como.... Eu só queria estar em casa largado como tantas outras vezes. Muito triste.
Procurei o Dr. Parreira diversas vezes e não consegui falar. Só a secretária conseguia me atender e lógico, nada podia fazer por mim.
Senti-me só, pois um paciente necessita sentir seu médico por perto, senão perde o chão.
Estava mais que provado que o Dr. Parreira não tinha condições d eme acompanhar. Larguei-o sem qualquer medo de ser feliz. Não tinha tempo a perder. Minha vida e a das pessoas que me rodeavam estavam a perigo.
olá companheiro de lutas, excelente teu blog, vc descreve bem e com precisão teus sintomas e dificuldades, e é bom a gente ver que são muito semelhantes. não tenha a preocupação de ser repetitivo porque a bipolaridade é tão complexa que sempre tem assunto para ser abordado. tb sou tipo II. Um abraço.
ResponderExcluirOlá Jeanne, tudo bem? Obrigado por participar e principalmente pelo seu feedback. Ele é importantíssimo para mim.
ExcluirDe fato imaginei estar até sendo chato no blog, mas isso não me faria deixar de postar. Minha intenção aqui é fazer com que o leitor se identifique e vejo que estou conseguindo.
Obrigado mais uma vez e volte quando quiser!!