segunda-feira, 29 de julho de 2013

Exercício físico x Transtorno de humor

Não foi uma nem duas vezes que ouvi falar sobre como é importante o exercício físico na vida de um portador de Transtorno Bipolar de Humor. Minha psiquiatra, minha psicóloga e também minha esposa sempre me incentivaram, porém não conseguia dar essa guinada de mudança de hábitos na minha rotina.

Em poucos meses cheguei a aumentar cerca de 15Kg depois que comecei a fazer uso de medicamentos, os quais cito aqui. Para quem sempre teve o corpo em dia, esse foi um fator de desmotivação muito grande. Pior ainda é ver que por mais que tentasse por meio de dietas acompanhadas com nutricionista, não conseguia descer meu peso. 

O excesso de peso trouxe, além de tristeza com relação à minha aparência, também outras disfunções. Como sempre tive tendência familiar com colesterol, ele começou a aumentar perigosamente. 

Minha auto-estima estava cada vez mais baixa, pois não acreditava que podia ser capaz de mudar o quadro que me encontrava, e com isso eu caía cada vez mais aos pés da doença. 

Mesmo sabendo, não conseguia sentir os efeitos positivos que a caminhada e corrida, por exemplo, são capazes de prover. Os exercícios aeróbicos liberam endorfina, o que trás alegria e relaxamento e prazer e ainda aumentam os níveis de BDNF (proteína responsável pela regeneração neuronal), prevenindo o dano cognitivo. (http://gapb.wordpress.com/2012/07/16/exercicio-fisico-no-tratamento-do-transtorno-bipolar/)






O MOMENTO DA MUDANÇA

Mudar os hábitos não foi fácil. Precisei ouvir palavras difíceis e me sentir bastante desconfortável para agir. Não consegui antever o problema e agora corro, literalmente, atrás do prejuízo. Gosto de uma cerveja gelada e quase parei praticamente e a meta é parar completamente. Sempre gostei de bons vinhos e esse prazer precisa ser moderado. Parar não vou, pois não sou alcóolico. Meu problema não é com o alcool, mas com seu ecesso. 

Precisei fazer um grande esforço para ir para cama contar carneiros, bodes e cabritos na primeira semana. Fritava e não conseguia dormir. No outro dia era um outro grande esforço para acordar. Lá estava eu na rua. O frio da manhã não me desanimou. Fiz das adversidades minha aliada. Passava o dia cambaleando de sono e quando chegava à noite, dormia cada vez mais cedo.

Minha esposa adoroou a ideia. Começou a ver um marido que 22h sentia um sono saudável. Eu passei a dormir e não me debater à noite. Parei de falar e me agitarenquanto dormia.


Depois de entender os benefícios da atividade física, interpreto que o tratamento para o portador de TBH é um tripé contendo: medicação psiquiátrica e seu consequente acompanhamento, acompanhamento psicoterápico e exercícios físicos regulares. A meu ver, sem um desses, o alcance da melhoria se torna cada vez mais distante e difícil de se enxergar.

Fica a dica a você que teve paciência de ler o texto todo, caro amigo leitor. Tenha um excelente dia!

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